A Victorian Express traz agora em primeira mão, uma matéria exclusiva voltada para o vestuário e a moda gótica. Por Henrique Procópio, colaborador e colunista.
"Bom seria de demasiada formalidade, apresentar-me de forma apoteótica, afinal de contas, estamos lidando com seres de mente livre e desencanada, que creio não farão questão do mesmo e no mundo modernizado, prático e rápido, isso é absolutamente desnecessário.
Na verdade convidaram-me gentilmente, para escrever a essa promissora revista on-line com intuito de tratar de um assunto ao qual tenho profundo interesse: MODA.
E mais ainda expecificamente sobre a moda underground, a moda de jovens revolucionarios e descontentes com o estilo de vida da sociedade em que vivem.
O visual underground, sempre teve como objetivo chocar, afligir, provocar e até mesmo "agredir" a mente da sociedade dominante, que oprime, explora, ignora e mantem o descaso com os menos favorecidos e/ou excluidos devido suas condições existenciais.
Mas aqui focaremos nossa matéria expecificamente sobre a curiosa e exótica moda da então "Subcultura Gótica".
Mas o que seria moda da Subcultura Gótica?
Para um estilo tão singular e original, responder a esta indagação numa frase sucinta seria inocuo. Todavia, sabemos sim as causas que culminaram nessa onda "sombria" que traziam estranhas indumentarias pesadas e obscuras.
Para quem já conhece ao menos um pouco sobre a história deste movimento, sabe que os então darks foram fortemente influenciados pelo movimento punk surgido nos idos da década de 1970. Esses jovens revoltados e insatisfeitos, com suas músicas berrantes, embasadas por batidas aceleradas e com textos revoltosos passando mensagens de protesto e indignação.
À margem de tudo isso, existia um grupo de jovens que obtiam em si, os mesmos ideais libertarios, porém seu estado já não era de revolta, e sim de desolação com a sociedade vigente.
Diferentemente dos punks, os darks ou new romantics ou mesmo góticos eram mais afeitos a uma maneira diferenciada de manifestar vosso sentimento de insatisfação visual e musicalmente.
Como todo grupo contracultural os góticos, também tiveram seus canais de difusão dos seus idealismos. Inspirados por canções e grupos musicais que visavam estilizar a morbidez, o mistério, o horror, a melancolia, a desolação, o saudosismo e o sonho de uma sociedade idealizada que jamais condiz com a realidade em que viviam.Usavam roupas discretas e escuras onde o preto era a cor sempre predominante. Botas, coturnos, correntes eram acessórios indispensáveis. Cabelos arrepiados, pele pálida salientada por maquiagens concentrada nos olhos lhe davam um aspecto sombrio e distante da sociedade em que viviam (eram o que queriam!).
Suas roupas escuras, denotavam "luto" e desolação com essa sociedade que não tinha nenhuma preocupação solidaria e sim só preocupavam-se com o próprio ego, ou seja, uma sociedade fadada a auto destruição, pois seguindo o clichê "leão matando leão" por seus interesses excusos em nome de fortunas, conforto, luxo, etc...
Para esclarecer ainda mais à sociedade, vosso sentimento e forma de pensar, os darks usavam símbolos, jóias e adereços pesados com design arrojado, pesado e requintado lembrando a arquitetura do clássico gótico. Remetiam a séculos passados tais como; crucifixos, correntes, coleiras, pentagramas, etc... que denotavam os mesmos sentimentos de tristeza comum a onda surgida no ínicio da década de 1980.
Com o tempo essa onda evoluiu, compriu seu papel a seu tempo e a sua maneira. Sobre a evolução e o novo contexto desta onda, trataremos numa próxima oportunidade que tenho certeza não tardará. Espero contar com todos vocês leitores.
Grato por vossa atenção e espero vocês.
Colaborador Henrique Procópio.
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